Sobre Concavada

jardim concavada 2

GEOGRAFIA E ECONOMIA

Antes da União das Freguesias em 2013, Concavada era uma freguesia com cerca de 19,89km2 de área e cerca de 653 habitantes situada na parte oriental do concelho de Abrantes, a sul do rio Tejo e a cerca de 15km da capital. É ribeirinha à margem esquerda do rio e faz fronteira com Mação e Mouriscas a norte, Alvega a leste, São Facundo a sul e Pego a oeste.

A nível económico, Concavada sempre fora uma terra de pescadores e oleiros – mas hoje em dia essas actividades foram substituídas pela prestação de serviços e por pequenas indústrias ligadas aos ramos da serração, correaria, metalomecânica (alumínio) e construção civil. A agricultura, no entanto, ainda ocupa um papel importante com a cultura do milho, assim como a criação de gado ovino, bovino e caprino. A nível de comércios existem alguns cafés e um mini-mercado.

 

HISTÓRIA

Até à União das Freguesias em 2013, Concavada tinha sido freguesia apenas desde 1985 – quando foi aprovado em Assembleia Municipal a separação de Alvega. No total foram quase 28 anos de soberania.

É também a terra natal do poeta António Botto, nascido a 17 de Agosto de 1897, conhecido internacionalmente e imortalizado num busto do principal jardim da terra e com a rua da casa onde morava baptizada em seu nome.

Embora não haja certezas em relação à formação da terra em si, pelo menos o povoamento do território que corresponde à antiga freguesia remonta possivelmente à época dos Fenícios, que teriam marcado a sua presença nestas paragens. Existe inclusive uma antiga canção popular da terra que faz alusão a um povo marítimo que pode muito bem ser o fenício.

Uma das lendas da terra conta que num sítio chamado “Cova da Moura” vivia uma moura encantada que se punha ao sol a pantear os seus longos e belos cabelos com um pente dourado – e era assim que atraía os homens para a sua cova. Segundo os mais antigos, os homens que se deixavam seduzir pelo seu encanto não conseguiam voltar a sair de lá.

HERÁLDICA

Armas

Escudo de ouro, vieira de vermelho entre dois ramos de oliveira de verde, frutados de negro e postos em pala; campanha ondada de azul e prata de cinco tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “CONCAVADA”.

Bandeira

De azul, cordões e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.

 

TRADIÇÕES

Um dos principais festejos anuais da terra é a Romaria de Nossa Senhora da Guia na segunda-feira a seguir à Páscoa – que teve origem na Confraria do Espírito Santo, constituída por pescadores (de rio e mar) devotos a ela e a quem recorriam para protecção e auxílio em dias de cheias e tempestades. Reza a lenda que a devoção dos pescadores começou quando uma imagem da Santa terá sido encontrada no fundo de um poço, totalmente seca (madeira e cetin do vestuário) e sem o mínimo de desgaste provocado pela água. O acontecimento foi interpretado como a Santa oferecer protecção contra a água e assim ela se tornou a padroeira dos pescadores. Uma capela, ou ermida, existe agora perto do Tejo e cada vez que os pescadores passavam por ela tiravam o barrete, punham ao ombro e rezavam à Nossa Senhora da Guia, padroeira dos pescadores:

 

“Nossa Senhora da Guia

Que estais ao pé do Tejo

Todas as vezes que lá passo

Tiro o meu barrete e rezo”

 

Outra festa importante é a do orago (santo padroeiro) da terra: o Senhor Jesus dos Navegantes. A festa é um ponto alto da actividade anual da terra, e é organizada normalmente no último fim-de-semana de Julho com a duração de três dias.

Entre os pratos tradicionais encontram-se as “Couves com Feijão”, o “Sarrabulho”, a “Semineta”, as “Migas de Cozinha com Sardinha Assada”, a “Caldeirada de Peixe do Rio” e o “Feijão Frade com Sardinha Assada ou Bacalhau”. Em termos de doces temos as filhós e os dois doces mais famosos do concelho: as Tigeladas e a Palha de Abrantes.

 

PATRIMÓNIO

Capela do Senhor Jesus dos Navegantes  – situada entre os dois principais jardins da terra e rodeada de calçada branca.

Capela/Ermida da Nossa Senhora da Guia – remonta a 1626 e encontra-se numa pequena elevação junto ao Rio Tejo. Apresenta uma forma circular com cobertura cupulada. Sobre o portão exterior consegue ver-se o brasão da família Godinho, e dos lados dois cruzeiros. Do lado direito encontra-se um púlpito exterior e do lado esquerda uma lápide onde se lê: “Esta Ermida De Nossa Senhora da Guia Mandarao Fazer L C Godinho E Sua Molher Isabel Freire A Sua Custa Pª Eles E Seus Susesores Acabouse Na Era De 1626 Anos”.

Casa António Botto – a casa onde nasceu um dos poetas portugueses mais conhecidos e importantes da Literatura Portuguesa encontra-se ainda em pé – embora habitada.

Casas típicas – por toda a freguesia vê-se ainda casas com fachadas típicas e decoradas com azulejos ou baixos relevos.

Jardim António Botto – um belo e verdejante jardim perto da igreja matriz e do parque infantil onde está um busto em homenagem ao poeta António Botto, figura ilustre da terra.

Vestígios arqueológicos – blocos calcários encontrados numa plataforma a cerca de 400 metros do Tejo e que se pensa terem pertencido a uma estrutura da época romana. Também aqui foram encontrados materiais de construção, cerâmica e de mesa do período romano.

 

COLECTIVIDADES

O que existe há mais tempo na Concavada a nível de colectividades será sem dúvida o Clube Desportivo e Recreativo de Concavada, que, apesar de a equipa de futebol ter sido desactivada, permanece ainda aberto como café e recinto para organização de eventos com um amplo salão e um palco.

Existiu também um grupo de teatro amador chamado GETAC – Grupo Experimental de Teatro Amador de Concavada, que foi inclusive noticiado no jornal/folhetim “Correio de Abrantes” nº2360 de dia 7 de Janeiro de 1977. O grupo estreou-se em palco no dia 1 desse mesmo mês e contou com o apoio total do Clube, que cedeu o espaço gratuitamente.

 

INFRAESTRUTURAS

Concavada desenvolveu-se bastante nos 28 anos em que teve soberania. Existe saneamento básico, as ruas estão sempre limpas e o património encontra-se bem cuidado.

Ao serviço da população conta ainda com um Gabinete de Apoio à Comunidade (GAC) para apoio à população em tudo o que toca burocracias ou assistência social, e também uma biblioteca/centro TIC onde as pessoas podem não só aceder livre e gratuitamente à internet, consultar as ofertas de emprego e requisitar livros, como também fazer uma pequena introdução à informática e até procurar assistência na manutenção, formatação ou simples esclarecimentos relativamente aos seus computadores, telefones ou outros aparelhos. No Centro TIC existe ainda um Banco de Manuais escolares, ao qual as famílias e os alunos podem recorrer seja para o ano escolar em vigor, seja para consultar em pesquisa os manuais de anos anteriores.

Para além destes serviços existe ainda uma Psicóloga gratuita à população durante a semana, análises laboratoriais às quartas-feiras de manhã, medição da tensão às quintas de manhã e despiste de diabetes duas vezes por semana, e ainda uma iniciativa mensal do Banco Alimentar, tudo isto no edifício da antiga Junta de Freguesia da Concavada.

Com a União das Freguesias, todos estes serviços, obviamente, se estenderam às terras da antiga freguesia de Alvega.

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